Brasília, 17 de setembro de 2024.
Resumo
Este artigo explora a importância da participação das mulheres nas forças policiais, com foco na segurança pública municipal. Através de uma análise de empoderamento, capacitação, defesa dos direitos humanos e integração com demais forças policiais, demonstra-se a necessidade de maior participação feminina em funções de liderança. Além disso, são apresentados dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destacando a desigualdade de gênero nas corporações. O artigo conclui que a inclusão feminina é essencial para a construção de uma segurança pública mais justa e eficaz.
Palavras-chave
Mulheres. Forças Policiais. Segurança Pública. Empoderamento. Capacitação. Direitos Humanos.
Abstract
This article explores the importance of women’s participation in police forces, focusing on municipal public security. Through an analysis of empowerment, training, human rights defense, and integration with other police forces, it demonstrates the need for greater female participation in leadership roles. Additionally, data from the Brazilian Public Security Forum are presented, highlighting gender inequality in corporations. The article concludes that female inclusion is essential for building a fairer and more effective public security system.
Keywords
Women. Police Forces. Public Security. Empowerment. Training. Human Rights.
Introdução
O papel das mulheres nas forças policiais tem se tornado um tema de crescente relevância na busca por uma segurança pública mais inclusiva e eficiente. Historicamente, as corporações de segurança têm sido dominadas por homens, mas a presença feminina é crucial para a promoção da igualdade de gênero e a construção de um ambiente de trabalho mais justo e representativo. A Política Nacional de Valorização das Mulheres na Área de Segurança Pública, conforme o Projeto de Lei nº 1529, de 2021, é um passo importante nessa direção, propondo medidas para aumentar a participação feminina e promover a equidade nas forças de segurança.
Empoderamento e Participação em Funções de Chefia
A inclusão de mulheres em posições de liderança nas forças policiais é fundamental para a promoção de uma gestão mais humanizada e equitativa. O empoderamento feminino em funções de chefia não só quebra barreiras históricas e culturais, mas também contribui para a criação de políticas e práticas que refletem uma perspectiva mais ampla e inclusiva. A presença de mulheres em posições de liderança promove um ambiente de trabalho mais justo, incentivando a igualdade de oportunidades e a valorização das habilidades femininas.
Capacitação e Treinamento Contínuo
Nas guardas municipais, a capacitação anual obrigatória de 80 horas é uma ferramenta crucial para o desenvolvimento profissional das mulheres nas forças policiais. Este treinamento inclui temas como legislação, direitos humanos e grupos vulneráveis, garantindo que as agentes estejam sempre atualizadas e preparadas para enfrentar os desafios da segurança pública. A requalificação contínua não só aprimora as habilidades técnicas das agentes, mas também fortalece seu compromisso com a ética e os direitos humanos
Defesa dos Direitos Humanos
A presença feminina nas forças policiais desempenha um papel significativo na promoção e defesa dos direitos humanos. Estudos indicam que as mulheres policiais tendem a adotar abordagens mais empáticas e menos violentas em situações de conflito, o que é particularmente importante no atendimento a grupos vulneráveis e em casos de violência doméstica. A inclusão de mulheres nas forças policiais contribui para uma abordagem mais sensível e humanizada, promovendo uma segurança pública mais justa e inclusiva.
Integração com Demais Forças Policiais
A colaboração entre mulheres e demais forças policiais é essencial para o fortalecimento da segurança pública municipal. A troca de experiências e conhecimentos entre diferentes corporações permite a construção de estratégias mais eficazes e coordenadas no combate ao crime e na promoção da segurança. A diversidade de gênero enriquece as perspectivas e abordagens dentro das forças policiais, resultando em uma atuação mais abrangente e eficiente.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam uma representatividade feminina ainda limitada nas forças policiais. As mulheres representam apenas 12,8% nas Polícias Militares, 16,1% nas Guardas Municipais, 14,5% no Corpo de Bombeiros e 27% nas Polícias Civis. Em comparação, a Câmara dos Deputados tem uma representatividade feminina de 14,8%, destacando a necessidade urgente de políticas que promovam a equidade de gênero nas forças de segurança.
Considerações Finais
A inclusão e promoção das mulheres nas forças policiais são essenciais para a construção de uma segurança pública mais justa, eficiente e humanizada. A capacitação contínua, o empoderamento em funções de chefia, a defesa dos direitos humanos e a integração com demais forças policiais são pilares fundamentais para um ambiente de trabalho mais equitativo e representativo. A diversidade de gênero não só enriquece as instituições, mas também fortalece a segurança pública, beneficiando toda a sociedade.
Referências
Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Raio-X das Forças de Segurança Pública no Brasil.
Senado Federal. Projeto de Lei nº 1529, de 2021.
Diversos autores. Documentos avulsos de segurança pública e políticas de inclusão.
Currículo:
Rejane Soldani, Curitibana, Bacharel em Direito, Pós-Graduada pela Fundação Escola do Ministerio Público do Estado do Paraná e ESMAFE- Escola da Magistratura Federal do Paraná.
Co-fundadora e primeira mulher atuando como presidente do SIGMUC – Sindicato dos Servidores da Guarda Municipal de Curitiba, diretora jurídica da FENAGUARDAS – Federação de Sindicatos de Guardas Municipais do Brasil e Secretária Nacional para Políticas da Segurança Pública e Privada e Defesa Social da União Geral dos Trabalhadores.