Brasília, 16 de dezembro de 2024.
1) Qual sua formação?
Sou militar da Força Aérea Brasileira, com formação como Controladora de Tráfego Aéreo pela Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR). Após concluir o curso de Formação de
Sargentos, graduei-me em Ciências Aeronáuticas e, atualmente, sou acadêmica no curso de Direito. Além disso, sou pós-graduada em Segurança Pública e Instrutora de Armamento e
Tiro.
2) O que levou a entrar na FAB?
Ingressar na Força Aérea sempre foi um sonho desde a minha infância. Cresci em Barbacena-MG, cidade que é sede da EPCAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar). Desde pequena, acompanhava os desfiles militares, e, mesmo sendo a primeira militar da FAB em minha família, esse ambiente me inspirou a seguir essa carreira. Ao longo da minha vida, sempre busquei desafios que me permitissem crescer pessoalmente e profissionalmente. A Força Aérea me atraiu pela oportunidade de servir ao país, pela disciplina, pela excelência e pelas possibilidades de desenvolvimento em uma carreira tão desafiadora, honrosa e respeitável. Além disso, a possibilidade de ser uma mulher em um ambiente predominantemente masculino sempre me motivou a quebrar barreiras e mostrar que sou capaz de conquistar meus objetivos.
3) O que representa pra você, ser mulher no cargo que ocupa?
Ser uma mulher militar representa superação, resiliência e representatividade. É a oportunidade de mostrar que nós mulheres podemos ocupar os mais diversos cargos, demonstrando que o comprometimento, a coragem e a capacidade de liderança não têm gênero. Além disso, como mulher, sinto que tenho a responsabilidade de inspirar outras mulheres a acreditarem em seu potencial.
4) Como é ser uma mulher instrutora de armamento e tiro?
Acredito que, como mulher, posso oferecer uma abordagem mais empática e atenta à segurança, especialmente no contexto feminino. Meu objetivo não é apenas ensinar as técnicas de tiro, mas também encorajar as mulheres a se envolverem em uma atividade historicamente dominada por homens, mas que é acessível a todas, seja como esporte ou como uma ferramenta de defesa pessoal. Apesar de o mundo do armamento ser
tradicionalmente dominado por homens, tenho observado uma crescente presença de mulheres, e isso é algo muito positivo. Para muitas mulheres, aprender sobre armamento é uma ferramenta de empoderamento pessoal, e testemunhar o crescimento delas, assim como o aumento da confiança, é uma recompensa muito gratificante.
5) Como você atuou ou atua, em parceria com a Segurança Pública?
Já tive oportunidade de realizar algumas instruções e treinamentos com instituições da Segurança Pública, como a PPMG e PMMG. Acredito que a interoperabilidade entre as instituições reforça nosso compromisso perante a sociedade e nos fortalece como profissionais. Apesar das diferentes funções e estruturas, temos um objetivo comum, que é entregar para a sociedade um serviço de excelência. A troca de conhecimento e experiências contribuem para a construção de um ambiente mais coeso e capacitado, com maior preparo para enfrentarmos os desafios e cumprirmos nossa missão.
6) Quais são os seu projetos para o futuro?
Atualmente, tenho um projeto voltado para mulheres, com o objetivo de apresentá-las ao mundo do tiro e, por meio dessa experiência, ajudá-las a compreender a imensa capacidade que possuem para se proteger. Meu intuito é mostrar que, ao aprenderem a dominar novas habilidades de defesa pessoal, elas se tornam mais confiantes, seguras e preparadas, com uma nova perspectiva sobre seu poder pessoal e capacidade de agir diante do medo e da insegurança. Desejo que esse projeto alcance cada vez mais mulheres e possamos criar uma comunidade de apoio entre as participantes, onde elas possam compartilhar experiências e se fortalecerem mutuamente.
7) Quais as causas que te mobilizam?
Vivemos em uma sociedade onde muitas mulheres se sentem vulneráveis diante da violência. É perceptível que há uma necessidade urgente de falarmos sobre mentalidade de combate com o público feminino. Ao empoderar as mulheres com habilidades práticas de defesa pessoal e conhecimentos sobre o uso responsável de armamentos, estamos promovendo uma verdadeira mudança de mentalidade. O que me move é fazer parte dessa transformação, onde cada mulher que aprende a se defender se torna uma fonte de inspiração para outras.
8) Uma mensagem para nossas leitoras
Queridas leitoras do Empodere-se,
Lembrem-se que cada um de nós, homens e mulheres, temos um papel fundamental na sociedade. Nunca subestimem o poder que vocês têm de transformar suas vidas e o mundo ao seu redor. Sigam firmes, confiantes em seus projetos e lembrem-se que nenhum desafio é inalcançável. Ao investir em si mesmas, vocês não apenas se fortalecem, mas também inspiram outras mulheres a fazerem o mesmo.
Sejam fortes e corajosas!
fonte: Diário de Petrópolis




