Associação Nacional dos Agentes de Polícia do Ministério Público

Não se sobrevive à profissão policial sem saúde mental – Por Janaína Freire

Brasília, 09 de setembro de 2024.

Falar de saúde mental para policiais é extremamente necessário, pois esses profissionais enfrentam diariamente situações de alto estresse, risco e trauma, o que pode impactar gravemente seu bem-estar emocional. A pressão constante, o contato frequente com a violência e a necessidade de tomar decisões rápidas em contextos críticos podem levar a problemas como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. Abordar a saúde mental ajuda a prevenir esses problemas, melhora a qualidade de vida dos policiais e, consequentemente, a segurança pública. Além disso, ao quebrar o estigma em torno da saúde mental, promovemos um ambiente de trabalho mais saudável e solidário, em que buscar ajuda passa a ser visto como um ato de força e cuidado e isso é essencial para a eficácia e a longevidade na carreira policial.

A carreira policial é uma das mais desafiadoras, estressantes e exigentes que existem. Os policiais são frequentemente expostos a situações de risco, violência e tragédias e tudo isso tem um impacto significativo na saúde mental. Cuidar da saúde mental não é apenas uma necessidade individual, mas também uma questão de segurança pública, pois policiais mentalmente saudáveis são mais capazes de tomar decisões rápidas e eficazes em situações críticas.

A rotina de um policial é lidar com o que existe de pior na sociedade. Um policial está diariamente diante do perigo e sujeito a confrontos diretos com a criminalidade. É uma grande responsabilidade proteger a comunidade. Mu e a A pressão por tomar decisões rápidas em situações de vida ou morte são apenas alguns dos fatores que contribuem para o desgaste emocional. Além disso, a exposição a cenas traumáticas, como acidentes graves, homicídios e abuso infantil, pode causar sérios impactos psicológicos. Não é incomum que policiais enfrentem sentimentos de ansiedade, estresse pós-traumático (TEPT), depressão e esgotamento emocional.

Um dos desafios para se falar abertamente sobre saúde mental nos meios policiais é a questão da vergonha. Muitas pessoas acreditam que buscar ajuda para tratar questões psicológicas é sinal de fraqueza. Essa cultura desestimula a demonstração de vulnerabilidade e busca por ajuda, o que faz com que muitos policiais sofram em silêncio. O estigma associado à saúde mental é um dos principais obstáculos para que policiais busquem apoio psicológico. Isso pode agravar os sintomas e comprometer tanto a vida pessoal quanto profissional.

Prevenir a depressão e a ansiedade bem como outros transtornos mentais no meio policial começa com a conscientização. As instituições de segurança pública precisam promover uma cultura de apoio e entendimento em torno da saúde mental. São necessários programas de treinamento que ensinem habilidades de inteligência emocional, técnicas de gerenciamento das emoções e do estresse, além de formas sobre como lidar com desafios pessoais e profissionais. Afinal, a vida pessoal do policial reflete na vida profissional e vice-versa. Também é muito importante que os policiais tenham acesso a sessões de terapia preventiva, onde possam falar sobre suas experiências e receber orientações de profissionais qualificados.

Outra medida preventiva crucial é a promoção de um equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Policiais precisam de tempo para se desconectar do trabalho e se reconectar com a família, amigos e hobbies. Incentivar a prática de atividades físicas, que são conhecidas por reduzir os níveis de estresse e melhorar o humor, também é uma estratégia eficaz na prevenção de problemas de saúde mental.

Quando uma pessoa ignora os cuidados com a saúde mental, os impactos podem ser graves e afetar diversas áreas de sua vida. A princípio, ela pode enfrentar sintomas como irritabilidade, cansaço constante, insônia e dificuldade de concentração. Com o tempo, esses sinais podem evoluir para condições mais sérias, como depressão, ansiedade severa ou outros transtornos. A falta de cuidado também pode comprometer o desempenho profissional, relacionamentos pessoais e a qualidade de vida.

Ignorar a saúde mental pode levar ao esgotamento emocional, conhecido como “burnout”, e ao abuso de certas substâncias como uma tentativa de aliviar os sintomas. A longo prazo, a negligência pode resultar em isolamento social, problemas físicos como doenças cardíacas e até pensamentos suicidas. Cuidar da saúde mental é tão essencial quanto cuidar da saúde física, e negligenciar esse aspecto pode ter consequências devastadoras.

Ser policial é uma nobre e também uma desafiadora profissão. Mas, é importante lembrar que por trás do policial existe um ser humano que também tem seus medos, suas angústias e seus desafios emocionais. Por isso, é tão importante incentivar os policiais a cuidarem da saúde mental. Precisamos entender que todos podem ter algumas fazer ruins na vida, só que é muito mais fácil passar por elas com a ajuda de alguém que pode nos ajudar.

Se você está enfrentando uma fase CINZA na sua vida, saiba que o mês de setembro chega AMARELO para mostrar que existe luz para qualquer escuridão. E eu estou aqui hoje, como uma policial que já venceu a depressão e que já teve vontade de desistir de tudo, para te dizer que é possível vencer as sombras mentais. Você não está sozinho nessa. Existem muitas pessoas capacitadas e prontas para te ajudar a enxergar a saída.

Lembre-se: a sua vida importa. 

Mini currículo:

Janaína Freire é Agente de Polícia da Polícia Civil do Distrito Federal há 14 anos (Desde 2010).

Graduada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Católica de Brasília.

Pós-Graduada em Comunicação Organizacional e em Investigação Policial pela Universidade Católica de Brasília.

Formação em Coaching.

Formação em Programação Neurolinguística.

Formação em Inteligência Emocional pela Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional.

Formação em Análise Comportamental.

Especialista em Autoestima e Autoconfiança.

Especialista em Reprogramação Emocional.

Mentora Emocional de Mulheres.

Associação Nacional dos Agentes de Segurança Institucional do MPU e CNMP
Tel: (61) 99880-6957


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