Brasília, 30 de agosto de 2021.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, defendeu que agentes de segurança, tanto da ativa quanto aposentados, tenham a garantia de que suas famílias ficarão amparadas caso eles percam a vida ou sejam impedidos de exercer a função por ferimento em ação ou decorrente da própria atividade policial.
Boudens foi um dos palestrantes na audiência pública dessa quarta-feira (24) da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, convocada para debater o projeto de lei (PL 2184/21), que torna obrigatória a contratação de seguro de vida para os integrantes dos órgãos de segurança pública. A ideia é que o seguro seja custeado pelo Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e que a compensação seja de doze remunerações integrais do segurado.
“É importante que o benefício seja estendido aos policiais aposentados, porque um policial jamais deixa de correr risco”, defendeu Boudens. Ele lembrou que a possibilidade de ‘vingança’ dos criminosos presos não acaba no momento da aposentadoria.
O presidente da Fenapef também alertou que é importante estar atento para outros riscos à vida do agente de segurança, inclusive o suicídio. “O índice de mortes por suicídio entre policiais federais é maior do que em ação ou em decorrência de acidentes e isso precisa ser levado em conta”, disse. A Federação trabalha, junto à Direção Geral da Polícia Federal, pela implementação de um serviço de apoio à saúde mental de policiais da ativa e aposentados. O plano também inclui a preparação para a aposentadoria – momento considerado um dos mais delicados na vida de um profissional de segurança.
Risco não coberto
Ser agente de segurança pública implica risco para toda a vida. Risco iminente de morte e invalidez em ação ou em decorrência da profissão. Mas não existe um seguro de vida capaz de garantir proteção ao profissional ou à sua família. As empresas privadas acham que o risco financeiro é grande demais e não há contribuição que compense o provável gasto.