Brasília, 30 de março de 2022.
Não é justo querer tirar um direito enganando a categoria. Quem está apertado neste momento de crise financeira, pode se iludir achando que vai ter um ganho maior, mas será momentâneo – Sérgio Ronaldo
Para Sérgio Ronaldo a proposta do governo em aumentar o prazo para os servidores aderirem às novas regras é para desestruturar e destruir o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União.
“O governo promete uma pequena vantagem, mas o tombo na hora de se aposentar será grande. Não podemos cair nesta armadilha. Se entrar não haverá mais volta”, alerta Sergio Ronaldo.
O servidor que aderir ao fundo poderá escolher alíquotas e 7,5%, 8% ou 8,5%. A União paga o mesmo percentual escolhido. Mas, para ter direito a um valor maior de aposentadoria, terá de ter uma conta individual na previdência complementar – quanto maior for a poupança feita, maior será o benefício no futuro.
Em fevereiro do ano passado, um decreto do governo já alterou a competência de órgãos responsáveis pela concessão e manutenção das aposentadorias.
“Sobre este decreto nós estamos como amicus curae no Supremo Tribunal Federal (STF), de diversos sindicatos que contestam a legalidade da decisão do governo”, diz o secretário-Geral da Condsef.
O secretário-Geral da Condsef alerta ainda para o desmonte do serviço público com a diminuição cada vez maior no número de servidores. Quando Bolsonaro assumiu a presidência em 2019, eram 645 mil os servidores da ativa. Hoje, após três anos sem concurso público são 100 mil a menos.
“Hoje temos apenas 545 mil trabalhando. A continuar deste jeito em três anos não teremos nem 50% dos atuais. Como a população só aumenta, a possibilidade de sucateamento do atendimento e a qualidade do serviço cair é muito grande”, diz
Hoje um servidor trabalha por três, sofrendo pressão por metas e o cumprimento de prazos. Lógico que a população vai ficar insatisfeita com o atendimento por que ninguém aguenta trabalhar estressado com essa sobrecarga – Sergio Ronaldo